Guia de Estilo

1. NOTA INTRODUTÓRIA

Para efeitos de consistência entre todas as partes de um documento, website, aplicação ou demais publicações que possam ser traduzidas por diferentes tradutores, a Gengo passou a requerer o uso do Novo Acordo Ortográfico nas traduções para português europeu.

Apenas será aceite a variedade europeia do português. Termos, estruturas sintáticas ou expressões específicas das variedades brasileira ou africana serão considerados desadequados para o público-alvo a que se destinam as traduções.

Este Guia de Estilo deve ser utilizado como referência, não descuidando a utilização correta de todos os aspetos sintáticos, semânticos e pragmáticos da variedade padrão da língua portuguesa. As regras aqui contidas serão utilizadas na revisão de testes e projetos de tradução.

Procedimentos gerais que ajudarão a prevenir vários erros

  • Aplicar sempre uma ferramenta de correção ortográfica e gramatical ao texto final.
  • Fazer sempre uma leitura final do texto.
  • Quando algo «soa mal», ou parece pouco claro ou incompleto, provavelmente precisa de ser reescrito. Mesmo não sabendo explicar determinados erros gramaticais, os falantes nativos possuem uma «intuição gramatical» que lhes permite identificar esses erros; utilizar esta faculdade nas revisões e adapte os trechos que não «soem tão bem».
  • Escolher corretamente as fontes de pesquisa de termos [evitar websites brasileiros (.br) e websites com traduções automáticas (google translator), efetuando a pesquisa de termos em documentos oficiais idênticos aos que estão a ser traduzidos.

Recursos recomendados para traduções de inglês para português

2. PONTUAÇÃO

A pontuação deverá ser utilizada de forma correta, adequada e, sempre que necessário, adaptada às regras do português, mesmo quando existem erros no texto original.

Ponto Final (.)

O ponto final indica uma pausa grande no discurso e utiliza-se no final de cada frase ou em abreviaturas, por exemplo, Exmo., Dr., obs., etc.

Vírgula (,)

A vírgula indica uma pausa breve na leitura, enfatiza ou separa expressões e orações, ajudando a esclarecer o sentido das frases e marcar o ritmo do discurso.

Utiliza-se, seguida de um espaço em branco, para:

  • separar elementos de uma enumeração: «Comprei ovos, manteiga, azeite, farinha e chocolate»
  • separar expressões explicativas, incluindo orações relativas explicativas: «O texto não está muito claro, isto é​, não se percebe bem a mensagem.»; «A professora, que é muito impaciente, expulsou o aluno da aula»
  • separar elementos que vêm antes da oração principal: «Conforme combinado, o encontro foi às três da tarde»
  • separar expressões intercaladas e inversões: «O jardineiro, quando cá vinha, tratava sempre do limoeiro»; «Aos bolseiros, não foram destinadas quaisquer verbas.»
  • isolar o vocativo e o aposto: «Caros espectadores, o espetáculo terá início dentro de […]» (vocativo); «O meu tio, juiz reconhecido, morou nesta casa.» (aposto)
  • separar datas e localidades: «Leiria, 6 de junho de 1983»
  • marcar a omissão do verbo (elipse): «Eles comeram frango assado; nós, pizza.»
  • separar orações subordinadas e complementos em frases longas: «A arte, para os que não se enclausuraram todos nela como nos muros de um mosteiro, poetiza singularmente a existência.» (Eça de Queirós em Notas Contemporâneas)

NÃO SE USA VIRGULA para separar constituintes da frase que, do ponto de vista sintático, estão ligados diretamente entre si. (i.e., sem expressões intercaladas).

Alguns exemplos:

Não se usa vírgula entre o sujeito e o predicado

O jardineiro tratava sempre do limoeiro.
sujeitopredicado

Não se usa vírgula entre o verbo e seus objetos

O cliente ofereceu uma garrafa de vinho ao advogado.
 VerboObjeto DiretoObjeto Indireto

Não se usa vírgula entre o nome e o complemento ou adjunto nominal.

A vendedora de Alcobaça vendeu 10 kg de castanhas.
Nomecomplemento do nome

Ponto e vírgula (;)

O ponto e vírgula indica uma pausa maior do que a vírgula e menor do que o ponto final.

Utiliza-se, seguida de um espaço em branco, para:

  • separar orações coordenadas que já contenham vírgulas, por exemplo; «Comprou canetas, lápis e cadernos; comprou uma mochila, uma lancheira e um uniforme; comprou botas de inverno e um casaco quente e comprou um guarda-chuva.»
  • separar elementos de uma enumeração
  • substituir a vírgula por uma pausa mais longa
  • separar itens numa sequência de alíneas, por exemplo:

«Tomar as seguintes precauções:

  1. Não utilizar o telemóvel perto do equipamento;
  2. Não remover a tampa de proteção;
  3. Etc.»

Dois pontos (:)

É o sinal de pontuação que se emprega para introduzir uma fala de discurso direto, uma enumeração, uma citação, uma explicação, um exemplo, uma sugestão, uma conclusão ou causa e o conteúdo de uma mensagem.

Exemplos:

  1. «Meu caro amigo:
    Espero que se encontre bem de saúde […]» (abertura de uma carta)
  2. «A Joana entrou em casa e disse: — Olá! Hoje cheguei mais cedo.» (introdução do discurso direto)
  3. «Os cinco sentidos incluem: a visão, a audição, o olfato, o tato e o paladar.»

Ponto de interrogação (?)

O ponto de interrogação utiliza-se no final de frases interrogativas diretas, para marcar uma pergunta ou utiliza-se entre parênteses para expressar uma dúvida (?).

Exemplos:

  1. Que horas são?
  2. O professor nunca se engana (?)

Ponto de exclamação (!)

O ponto de exclamação utiliza-se no final de frases exclamativas representado variadas emoções como espanto, admiração, dúvida, etc. e utiliza-se para pontuar interjeições ou para representar ordens, proibições, pedidos, conselhos ou avisos, em frases com valor de imperativo.

Reticências (...)

É o sinal de pontuação que se emprega para:

  • marcar a interrupção de uma frase que fica incompleta
  • expressar sentimentos como hesitação, dúvida, ironia, etc.
  • Transmitir subjectividade
  • assinalar a supressão de uma parte de um texto, por exemplo, em citações.

Parênteses curvos «( )» e parênteses retos «[ ]»

Os parênteses curvos ou simplesmente parênteses são utilizados, sobretudo, para introduzir um comentário, um explicação ou um aparte numa frase.

Os parênteses retos ​ou colchetes são geralmente utilizados, com reticências ([…]), para indicar a omissão de uma parte de um texto e, sem reticências, para delimitar sequências que já contêm parênteses curvos, para acrescentar uma expressão que não se encontra num texto original ou para indicar uma representação fonética, por exemplo: «óleo – [olju]»

Aspas baixas (« ») e aspas altas (" ")

As aspas (baixas ou altas) colocam-se no início e no final de palavras, frases ou expressões sem espaços em branco.

Utilizam-se para:

  • assinalar palavras, frases ou expressões com um sentido muito particular, ou às quais se quer dar destaque ou ênfase (ex. com sentido irónico)
  • introduzir citações
  • assinalar definições
  • assinalar títulos como nomes de artigos de jornais e revistas, contos, poemas, canções, filmes, etc.
  • assinalar palavras ou expressões populares, gíria, neologismos, estrangeirismos ou
  • arcaísmos
  • delimitar as falas do discurso direto

Barra oblíqua (/)

A barra oblíqua utiliza-se, entre espaços em branco, para marcar relações entre elementos da mesma categoria por exemplo: homem / mulher, singular / plural, 2011 / 2012, etc.

Travessão (—)

Em português, o travessão utiliza-se com espaços em branco antes e depois do sinal no discurso direto, para destacar as palavras que se seguem, para intercalar palavras ou orações (funcionando como parêntese).

Exemplos:

“— Boas notícias! — exclamou ao chegar a casa.” (discurso direto)

“É importante notar que — para todos os efeitos — essas leis não se aplicam nesta região.” (com função parentética)

Hífen (-)

Também chamado de traço de união, e mais pequeno que o travessão, o hífen emprega-se sem espaços em branco entre as palavras nos seguintes casos:

  • palavras compostas como: arco-íris, tio-avô, primeiro-ministro, feijão-verde, louva-a-deus, Trás-os-Montes, Guiné-Bissau, Entre-os-Rios, bem-parecido, bem-querer (malquerer), bem-mandado, além-fronteiras, aquém-mar, não-fumador, sem-fim, recém-nascido, etc.
  • locuções consagradas pelo uso: cor-de-rosa, água-de-colónia, mais-que-perfeito, etc.
  • encadeamento de palavras como percursos (Lisboa-Coimbra), divisas (Liberdade-Igualdade-Fraternidade), ligações (Porto-Sporting ou Angola-Moçambique), etc.
  • formações com prefixos: antisstress, super-homem, sub-região, neoimpressionismo, ex-presidente, etc.
  • colocação do pronome pessoal átono depois do verbo ou entre o radical e o verbo: telefonar-te, contrata-o, queimá-lo, dir-lhe-ei, etc.

Apóstrofo (')

O apóstrofo é um sinal gráfico utilizado para assinalar a supressão de um ou mais sons, por exemplo: d’Almeida, minh’alma, Sant’Ana, n’Os Lusíadas, etc.

3. ACENTUAÇÃO GRÁFICA

O acento agudo (´) ​emprega-se para assinalar as vogais com timbre aberto.

O acento grave (`) emprega-se quando há contracção da preposição “a” com o artigo ou pronome demonstrativo “a / as” e com os determinantes ou pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo, aqueloutro(os), etc.

O acento circunflexo (^) utiliza-se para assinalar a silaba tónica em vogais fechadas: /e/, /o/ quando são vogais médias e /a/ quando seguida de consoante nasal.

O Til (~) é utilizado para marcar a nasalidade das vogais ou ditongos, em silabas tónicas, ou não, por exemplo (mão, irmãzinha, sótão, etc.).

As palavras classificam-se como

Agudas ou oxítonas

Palavras cuja sílaba tónica é a última sílaba.

Ex.: café – coração – atum – pardal – papel

São acentuadas quando:

  • terminam em /a/​, /e/ ​ou /o/ aberto ou semifechado, com ou sem /s/ – ex. champô(s)
  • quando terminam em /i/​ou /u/​precedidas de vogal – ex. baú
  • quando terminam nos ditongos abertos /ei(s)/, /eu(s)/ /oi(s)/​– ex. heróis
  • quando têm mais de uma sílaba e terminam em /em/ ou /ens/ – ex. Santarém
  • quando as formas verbais perdem o /r/, /s/ ou /z/ e se junta o pronome /lo(s)/ ​ou /la(s)/ ​– ex. comprá-lo, dizê-lo

Graves ou paroxítonas

Palavras cuja sílaba tónica é a penúltima sílaba.

Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível

São acentuadas quando:

  • terminam em /i(s)/​ou /u(s)/​– ex.húmus, júris
  • terminam em /l/, /n/, /r/,/x/,​e /ps/​– ex. bíceps e açúcar
  • terminam nas vogais ou ditongos nasais /ã(s)/, /ão(s)/, /um​/, /uns/ – ex.álbum
  • terminam em /ei(s)/​– ex.túneis, comêsseis

Nota: a palavra «pôde» da 3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito é acentuada para se distinguir de «pode», 3.ª pessoa do presente do indicativo.

Esdrúxulas ou​proparoxítonas

Palavras cuja sílaba tónica é a antepenúltima sílaba.

Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – informática

  • As palavras esdrúxulas são sempre acentuadas, sem exceção, com acento agudo (´) ou circunflexo (^) – ex. rápido, exército, público, câmara, êxodo, etc.

Casos em que não se emprega o acento

  1. Nos advérbios de modo terminados em –mente, por exemplo: facilmente(fácil), espontaneamente (espontânea)
  2. Nas palavras derivadas que contêm sufixos começados por /z/, por exemplo: aneizinhos (anéis), cafezito (café)
  3. Nas palavras homógrafas, por exemplo: acerto (nome ou verbo), acordo (nome ou verbo), fora (nome ou verbo)
  4. Nas palavras paroxítonas que terminam em /oo/​, com /o/ médio seguido de outro /o/, ​por exemplo: enjoo, voo, povoo

Nota geral: neste guia de estilo não se incluem todos os exemplos e/ou exceções para as regras de acentuação, para esclarecer dúvidas adicionais e para conhecer as variações entre o antigo e o novo acordo ortográfico recomenda-se a consulta de um prontuário ou gramática.

4. OUTRAS NORMAS

Maiúsculas

Empregam-se a maiúscula letras maiúsculas nos seguintes casos:

  • no início de uma frase
  • em nomes próprios como: antropónimos, topónimos, geográficos, entidades, entidades sagradas, instituições, empresas, marcas, órgãos do governo, valores e conceitos (ex.Liberdade), nomes mitológicos, pontos cardeais, festas públicas, ciências, ramos da ciência, disciplinas, cursos, designações de factos históricos ou acontecimentos importantes (ex. Guerra Peninsular), nomes que designam filiação ou linhagem, cognomes, etc.
  • nas formas de tratamento como: Sr., Dra., Exmo., Vossa Alteza, etc.
  • em nomes de títulos de livros, obras, artigos, filmes, peças de teatro, etc.
  • em siglas e acrónimos (ex. UE, SOS, UNICEF, etc.).

Números

Nota: ​não deve começar uma frase com um algarismo

No geral, os números redondos de zero a dez devem escrever-se por extenso (ex. construíram três casas geminadas; houve sete pessoas a participar na reunião, etc.)

Já os números fracionários*, unidades de medida, unidades monetárias, idade, tempo, datas, números de páginas, percentagens, valores, proporções, horas, números de telefone e números decimais deverão ser grafados numericamente (ex. 2 metros, 32 anos, 8h00, 16 de novembro, Página 4, 51%, 50 €)

* com denominadores a partir de onze.

Números redondos acima do milhão são grafados numericamente seguidos das palavras milhões, mil milhões, biliões, etc. (ex. 35 mil milhões).

Números não redondos são grafados numericamente, sem espaços, até quatro algarismos (exemplo 3570) e a partir dos 5 algarismos cada ordem é separada por um espaço (exemplo: 5 300 209)

Os números decimais escrevem-se com vírgula (ex. 2,5 euros – dois euros e meio)

Utiliza-se a numeração romana para identificar séculos, papas, reis, rainhas, dinastias, quando se faz referência a capítulos de obras, cenas peças de teatro, entre outros.

Entre um número e um símbolo de ordinal coloca-se um ponto (.). Exemplo: 2.º (segundo) e NÃO 2º (dois elevado.) ou 2o (dois graus).

Medidas, distâncias e outros símbolos

Devem consultar-se as instruções do cliente para verificar se as unidades de medida ou unidades monetárias devem, ou não, traduzir-se. Caso as instruções não tenham qualquer indicação a esse respeito, devem traduzir-se/converter-se as unidades de medida para português, deixando o valor em inglês entre parêntesis.

As unidades de medida não têm forma plural em português e devem ser grafadas por extenso ou seguidas do respetivo símbolo (separadas do número por um espaço em branco, independentemente da forma como são apresentadas no texto original).  Exemplo: 32 MB, 4 m, 16 kg.

Eis uma lista das abreviaturas de unidades de medida mais comuns:

ampere = A

metro quadrado = m2 miligrama = mg

caloria = cal

mililitro = ml

centímetro = cm

milímetro = mm

centímetro cúbico = cm3

minuto (time) = m or min

centímetros por segundo = cm/s

quilograma = kg

dia = d or da

quilómetro = km

grama = g

quilómetros por hora = km/h

grau = º (ANSI 0186, ASCII 850 167)

quilowatt = kW

grau Celsius = ºC

rotações por minuto = r.p.m. or rpm

hora = h

segundo (tempo)= s or seg

litro = l

tonelada = t

metro = m

volt = V

metros por segundo = m/s

watt = W

Unidades monetárias

O nome da unidade monetária (Euro), o código ISO (EUR) e símbolo (€) colocam-se depois do montante, separados por um espaço.

Exemplos:

  • 10 000 EUR
  • 10 000 euros
  • 10 000 €

Horas e Datas

Utiliza-se o formato de 24 horas. As horas são grafadas por extenso (ex. chegou às três horas) ou seguidas dos respetivos símbolos (h) hora, (m) minuto e (s) segundo, sem espaços, por exemplo, 3h ou 3h15min. Podem ainda apresentar-se no seguinte formato 17:30, 17:30:10 ou 17h30.

As datas escrevem-se por extenso da seguinte forma: 1 de dezembro de 2014 ou na sua forma abreviada (dd/mm/aa): 01.12.2014 ou 01-12-2014 ou 01/12/2014.

Léxico

O tradutor deve usar o seu melhor julgamento para traduzir o léxico geral ou específico (termos técnicos) de forma adequada a cada contexto.

Gíria/expressões informais

Na maior parte dos documentos traduzidos pela Gengo, não devem utilizar-se expressões de linguagem oral, informal, gíria ou calão. Deve utilizar-se o registo escrito e uma linguagem neutra e profissional.

Contudo, se o texto original contiver características estilísticas específicas que requeiram o uso deste tipo de linguagem e/ou as instruções do cliente assim o indicarem a tradução deve refletir um estilo idêntico.

Terminologia estrangeira

As palavras estrangeiras que tenham equivalente natural e utilizado em Portugal devem ser escritas em português, por exemplo:

  • palavra-passe e NÃO password ou senha
  • nome de utilizador e NÃO username ou usuário
  • captura de ecrã e NÃO screenshot ou captura de tela
  • Experiência e NÃO know-how

As palavras estrangeiras que não tenham equivalente direto, por exemplo “Pimp my car” (EN) devem ser adaptadas ao português, sempre que possível, por exemplo: “melhorar, quitar, enfeitar, decorar, embelezar o meu carro”.

O que não traduzir

Não se deve traduzir um termo ou expressão:

– Sempre que se tenha assumido esse termo estrangeiro enquanto termo técnico numa dada indústria ou área do conhecimento e não exista um equivalente português igualmente difundido. Por exemplo, na área automotiva (e no geral) não devemos escrever almofada de ar em vez de airbag.

– Sempre que uma sigla estrangeira não tenha uma sigla correspondente em português. Nestes casos, mantém-se a sigla estrangeira e traduz-se por extenso o seu significado. Por exemplo: “Computador Pessoal (PC)” e não “Computador Pessoal (CP)”

– Sempre que as palavras ainda não tenham equivalente direto em português, mas sejam reconhecidas e utilizadas em Portugal, como cafuné (BR), malware (EN), widget (EN), etc.

Não se traduzem, endereços postais, nomes próprios ou marcas registadas/comerciais.

Falsos amigos

O tradutor deve ter cuidado redobrado ao traduzir palavras e/ou expressões enganosamente idênticas como por exemplo:

  • Subject (EN) >​Sujeito (PT) ou Matéria (PT)
  • Actually (EN) >​Na verdade […] (PT)
  • In essence (EN) >​Em suma […] (PT), Em conclusão (PT)
  • Fabric (EN) > ​Tecido (PT)

Da mesma forma, as estruturas sintácticas deverão ser adaptadas ao português.

O tradutor deverá ainda ter em atenção o contexto para determinar qual a classe de palavras a utilizar em português. Por exemplo, dependendo do contexto, a palavra “Call​” (EN) pode ser traduzida como chamada, telefonema, apelo, etc. (nome), telefonar, ligar, convocar, designar etc. (verbo infinitivo) ou telefonem, chamem, convoquem etc. (verbo).

Adaptação sintática

Todas as estruturas sintáticas inglesas deverão ser adaptadas à sintaxe fluente em português. Sendo que as traduções literais do ponto de vista sintático serão assinaladas como erros.

[Por exemplo: os tradutores deverão ter em atenção o contexto para determinar qual a classe de palavras a utilizar em português. Dependendo do contexto, a palavra “Call” (EN) pode traduzir-se como chamada, telefonema, apelo, etc. (nome), telefonar, ligar, convocar, designar etc. (verbo infinitivo) ou telefonem, chamem, convoquem etc. (verbo).]

Estilo (Formal/Informal)

São raros os produtos traduzidos pela Gengo que requerem o uso de linguagem oral ou informal. Deve utilizar-se uma linguagem neutra e profissional, com recurso à 3.ª pessoa verbal (você). As únicas exceções são os casos em que o ciente pede especificamente o uso de linguagem informal, o público alvo é muito jovem, ou o texto contém legendas/diálogos em contextos informais.

Exemplo:

Já sabe da última novidade? ✔

Você já sabe da última novidade? ✖

Nota: embora se recorra à 3.ª pessoa verbal o pronome «você», bem como os restantes pronomes não devem ser expressos no texto.

Linguagem inclusiva

O tradutor deve utilizar uma linguagem livre de estereótipos e, sempre que possível, neutralizar ou minimizar a especificação do género   através do emprego de formas inclusivas ou neutras. Por exemplo: em vez de “os coordenadores” deve escrever-se “a coordenação”. Em vez de “os homens”, deve escrever-se “a humanidade” e em vez de “Está satisfeito com a refeição?” deve escrever-se “A refeição é do seu agrado?”.

5. FORMATO

Estrutura geral

A estrutura geral do documento (independentemente de o texto original se encontrar numa caixa de texto ou num ficheiro descarregado, por exemplo .doc ou .xll) deve manter-se exatamente igual à do material original.

Por exemplo, se o texto original tem 3 parágrafos, a tradução também deve ter. O tradutor não deve transformar uma lista num parágrafo e vice-versa.

Traduções baseadas em caixa de texto/interface de tradução da Gengo

As caixas de texto no site da Gengo não oferecem suporte para formato HTML, portanto, a consistência do tipo, tamanho e cor da fonte não se aplica neste caso.

Traduções baseadas em ficheiros

Em ficheiros transferidos para o computador (ex. .docx, .xll, .rtf, etc.) o tradutor terá de manter o mesmo tipo, tamanho e cor da fonte do texto original, assim como os respetivos estilos e formatação.

Uma tradução pode ser mais longa do que o texto original e criar problemas de formatação. Os tradutores deverão fazer um esforço razoável para manter um formato apresentável no texto final, contudo, uma formatação complexa do documento não é da responsabilidade do tradutor.

Parênteses retos triplos

Os parênteses retos triplos ( [[[exemplo]]] ) são utilizados pelos clientes para inserir determinadas palavras, nomes, explicações, apartes, endereços de Web sites, variáveis, etc. Estes conteúdos não se traduzem.

Exemplo:

EN- New [[[brand name]]] apps are now available.

PT- Já se encontram disponíveis novas aplicações da [[[brand name]]].

Hiperligações úteis

Nomes de países: Norma ISO Alpha 2

Terminologia de TI: MICROSOFT Language Portal

Utilização de vírgulas: Semear vírgulas (Porto Editora)

Esclarecimento de dúvidas linguísticas gerais: Ciberdúvidas

Gramática portuguesa: FLiP-On-line/Gramática

Guia do acordo ortográfico: Porto editora

Guia de estilo da Gengo: português europeu

Corretor ortográfico e sintático online: FLiP

Dicionário online: Infopédia

6. Fontes

ESTRELA, Edite et al. (2012): Saber Escrever, Saber Falar/Um guia completo para usar correctamente a língua portuguesa. Lisboa: Dom Quixote.

PINTO, J. M. C (1998). Novo Prontuário Ortográfico. Lisboa: Plátano Editora.

NASCIMENTO, Zacarias LOPES, Maria do Céu (2012). Gramática da Língua Portuguesa. Lisboa: Plátano Editora.